segunda-feira, 3 de julho de 2017

Escrito em março de 2016

É tão engraçado como as pessoas tentam desesperadamente fazer com que as coisas que, obviamente não dão certo, funcionem né? Hoje, eu ainda sou uma pessoa muito presa dentro de mim sem querer dizer o que penso ou me preocupando sempre com o modo como outras pessoas vão entender os meus sentimentos e frustrações, etc. Posso atribuir isso às minhas experiências anteriores como mulher, ou ao fato de que cresci em uma sociedade que dizia que seria importante namorar e casar, ter filhos..

Enfim, eu até me achava superior a algumas outras meninas ao dizer: "Óbvio que não, você acha que eu quero casar agora e ser mãe, alimentar uma criança?" Algum tempo depois, com problemas internos e, na época, eu claramente precisava de alguma ajuda, eu engravidei. E de uma pessoa que talvez não fosse, nem de longe, o cara certo pra mim, pois discordávamos sobre tudo e ele tinha ideais tão machistas enraizados dentro dele que era até de difícil entendimento que uma mulher fosse dona do próprio corpo e cedesse apenas quando quisesse.

Perdi as contas de quantas vezes fui manipulada para fazer certas coisas e como isso ainda parecia que tinha sido ideia minha. Tola e boba, acreditando que, se fizesse tudo certinho ou como manda o figurino da vida tudo terminasse em um belo final feliz.

O que acontece na realidade é que, quando criamos expectativas irreais sobre certas áreas da vida, acabamos por nos decepcionar e ficamos frustrados pensando que talvez o problema seja conosco e não com o suposto companheiro que se recusa a ajudar a cuidar da filha porque está ocupado demais jogando videogame, ou dizendo que o que você sente é frescura e que não tem tempo de lidar com isso quando você está claramente sofrendo de depressão, ou jogando na sua cara que ele é o provedor da casa e portanto, você não tem o direito de pedir algo que esteja fora dos planos dele porque afinal, o dinheiro é dele e não seu.

Tirando tudo isso, ainda resta o ciume possessivo e doentio de todos os seus amigos da época da escola e a falta de vontade de fazer parte da sua família porque os amigos e familiares dele já bastam na vida de vocês.
E aí, em um belo dia em que você resolve mudar as coisas e conseguir resgatar um fio de pensamento e de personalidade que você tinha, você é a "diferente", a "pessoa que não era quando começaram o relacionamento" e que se você continuar assim as coisas não vão pra frente. E isso só é um dos vários sinais de que o controle que ele exercia sobre você está começando a desaparecer.

O que eu quero dizer com tudo isso é que, se, das inúmeras vezes em que ouvi "súplicas" de que ele se tornaria uma pessoa melhor e que o relacionamento com certeza iria melhorar, eu tivesse perdoado, talvez eu não estivesse aqui para contar essa história.

Talvez as agressões se tornassem constantes e resultariam em um final, mas não um final feliz.


sábado, 20 de maio de 2017

Ún1ca filha por Anna Snoekstra

Finalmente outra resenha por aqui né? Já estava com saudades. 
Pois bem, dessa vez o tema do livro foi um pouco diferente do que eu já publiquei aqui e por mais que eu ame, não li muitos com essa temática: suspense (tirando os da maravilhosa Agatha Christie).
Quando recebi o livro e li a sinopse, eu fiquei "wow, preciso ler isso desesperadamente".


O ano é 2003, Rebecca trabalhava no Mcdonalds e vivia relativamente bem, ou pelo menos acreditava que sim. Depois de decidir que viveria como se estivesse sendo observada 24 horas por dia para ser mais bonita e elegante, ela começa a desconfiar de que realmente está sendo seguida. Em meio a paranoia, uma verdade: pessoas ao seu redor não são o que dizem ser. Dias depois, Bec desaparece. 


Anos depois, em 2014, quando uma jovem acaba furtando um produto de um supermercado para sobreviver e é levada para a sala de segurança para ser presa, ela se lembra de ter assistido ao noticiário anos atrás e notado a semelhança entre ela e a garota desaparecida. Resolve tentar a sorte dizendo que seu nome é Rebecca Winter e que havia sido sequestrada. Contatam rapidamente o policial que cuidou do caso antigo (Vincent Andopolis) e sua vida toma um novo rumo quando tem que assumir a família e os amigos antigos de Bec. Ela tenta permanecer no personagem pelo simples fato de não ter uma família há muito tempo e acha que ter mãe de novo pode ser mais prazeroso do que ela se lembrava. Com o passar do tempo, as coisas vão ficando mais difíceis porque Vincent está determinado a prender quem a manteve em cativeiro e a continuar a investigação podendo descobrir a qualquer momento que ela está mentindo. 

Ao ver os antigos amigos e irmãos de Bec, ela começa a sentir que pode estar atrapalhando um caso que poderia ser solucionado. A vida de Bec poderia ter um esclarecimento e seus pais poderiam enfim ter paz. Ela só não esperava notar coisas estranhas na casa como o fato do pai sempre estar vendo televisão como se fosse um corpo vazio ou quando a mãe fica totalmente retraída com seu toque. Depois de começar a receber mensagens assustadoras e perceber que ela também está correndo perigo resolve começar uma investigação por conta própria sobre o que pode ter acontecido e percebe algo que antes parecia impossível. A pessoa da qual Rebecca estava fugindo está mais perto do que imagina. O perigo é real e por mais que ela não queira acreditar, alguém está mentindo.



O livro me surpreendeu e mais de uma vez. Preciso ser sincera que tinha expectativas bem altas para a história pelo fato de ser algo pelo qual eu sou apaixonada. A história tinha tudo para ser incrível, mas ao terminar a leitura só consigo classificar ela como boa. Acho que deixou algumas brechas abertas e a resolução do caso poderia ser mais bem elaborada. Mas até deu uma aquecida no coração, porque eu comecei a ler loucamente e do meio para o fim já não estava com tanta vontade assim então quando o final se mostrou emocionante, me deixou muito feliz porque não foi nada do que eu esperava. 


O livro foi publicado pela Harper Collins esse ano (2017) e é da autora Anna Snoekstra (algo não muito pronunciável).
Recomendo: Sim, pelo final.
Quantidade de páginas: 254, dá pra ler rapidinho.
Leitura: O começo te deixa louca, do meio pro fim da uma caída e o final não é o que a gente espera mas é ótimo. Em resumo: é um livro bom para quem quer começar a ler livros com essa temática.
Onde comprar: Na Saraiva, ele está saindo por R$34,20. 


xoxo.

terça-feira, 7 de março de 2017

Todos de pé para Perry Cook por Leslie Connor


Eu ainda não conhecia a editora portanto fiquei encantada quando recebi esse livro maravilhoso da Harper Collins e estava louca para falar sobre ele, procurando um tempinho nessa vida corrida de trabalho/casa etc.

Pois bem, pela sinopse eu já sabia mais ou menos o que esperar: uma história forte. E quem me conhece sabe que eu sou a louca das histórias fortes que deixam sem ar e te fazem refletir pelo menos um pouco sobre a vida e a sociedade em que vivemos.



O livro conta a história de Perry Cook (obviamente), um garoto de 11 anos que nasceu e viveu a sua primeira infância em uma prisão com a sua mãe. Quando li isso, fiquei pensando: "Tá, mas como?" 
É que o Instituto Penal Misto Blue River que fica em Surprise, Nebraska, não é uma penitenciária comum. Blue River é uma penitenciária de segurança mínima com taxa de reincidência de ZERO POR CENTO. Pois bem, Perry vivia com a sua mãe, Jéssica, que já havia cumprido 12 anos de uma pena de 15 por homicídio culposo e aguardava ansiosamente por sua audiência de condicional, momento em que poderia finalmente ter uma vida de verdade com seu filho.
Ele frequentava a escola do fundamental II na vizinhança e além da sua "família" em Blue River, tinha amigos "do lado de fora", dentre eles sua melhor amiga Zoey Samuels, que sempre o ajudava em tudo. 
A vida entre Blue River e "do lado de fora" ia muito bem até que um promotor de justiça descobre a situação do garoto. Decide então separá-los pois para ele, uma penitenciária, mesmo que de segurança mínima, não era lugar de criança e que se Jéssica teve o benefício de criar o filho durante esse período, não teria então cumprido a pena total de fato. 


Após o choque de ter a condicional de Jéssica negada e tendo que sair definitivamente do lado do que ele tinha mais próximo de uma família, Perry decide tentar mudar o seu destino começando por ouvir com mais detalhes a histórias dos residentes, incluindo a de sua mãe. 
Será mesmo que essas pessoas cometeram crimes tão graves a ponto de terem que permanecer em regime fechado por tanto tempo? E a justiça, ela funciona mesmo? 

Esses são alguns pontos tocados pelo livro e o que tornam essa história tão boa.
Histórias assim acontecem todos os dias e ler esse livro me fez pensar em muita coisa que não refletimos no nosso dia - a - dia. 

Não vou contar mais porque vai ser spoiler mas posso dizer que o final me surpreendeu e que é um livro incrível.


Recomendo: Com certeza.
Tipo de leitura: Facinha, li em 5 dias (demorei bastante por causa do trabalho inclusive)
Páginas: 286 só galera. 
Edição: amei a edição, de verdade. a lombada do livro principalmente, é a coisa mais linda. Ele é desse ano (2017) e já está disponível nas livrarias para compra. Na Saraiva ele está saindo por R$34,90 apenas. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Amor.

Ando preparando esse texto há dias sem saber muito bem sobre o que escrever. 
Já te disse milhões de vezes que te amo e de inúmeras formas. No beijo antes de dormir, no "bom dia" ao te acordar, no abraço assim que te vejo e principalmente ao segurar a sua mão quando caminhamos juntos.
Em cada momento, todos únicos em nossas vidas, espero ter conseguido te dizer, ou pelo menos demonstrar o quanto sou grata por dividir a vida ao seu lado e principalmente por ter sido escolhida para esta tarefa. Tarefa que, muitas vezes, demanda muito de muitos casais, desgasta e faz a relação ser diminuída a ponto de não se amarem mais. Posso afirmar que, conosco é diferente.
Nossas vidas se encontraram no melhor momento. Pode até ser bobeira minha mas eu realmente acredito que, mais do que um encontro de corpos, foi um encontro de almas. Eu sabia, no momento em que te vi, que você era especial. Você tem uma luz que irradia tudo ao seu redor. Tem uma confiança ao falar e ao dizer o que quer que me orgulha, me inspira.
As vezes eu mesma queria ser mais assim como você, que tem certeza de tudo, que se preocupa com todo mundo, que não mede esforços para conseguir o que quer e se superar. Você nunca diz não. Mesmo que possa se arrepender depois, quando decide alguma coisa, você mergulha de cabeça e me mostra mais uma vez o quanto você é único e o quanto ter o seu amor é de um privilégio imensurável.
Essa intimidade é algo que só um encontro de almas poderia permitir. Eu te amo ontem, hoje e continuarei te amando amanhã pois, mais do que nunca, hoje, você é a minha certeza. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Penelope por Marilyn Kaye



Penelope Wilhern é uma garota de 25 anos que nasceu em uma família muito rica e da alta sociedade. Até aí tudo bem e logo no começo do livro te explicam o motivo desse livro ser tão incrível. Ela nasceu em meio a uma maldição que jogaram sobre sua família anos atrás que dizia que, "a próxima menina nascida na família nasceria com cara de porco" (no caso, só o focinho mesmo) e que só se libertaria da maldição se fosse amada por alguém de sangue azul (alguém nobre).


Ela tinha tudo. Roupas incríveis, praticava todos os esportes possíveis, tinha aulas de idiomas e tinha acesso a maior tecnologia possível, só que não podia compartilhar esses momentos com ninguém pois sua família optou por criá-la isolada das pessoas para que não sofresse. Então Penelope passou a infância e a adolescência sozinha tendo na vida apenas um objetivo: encontrar alguém de família nobre que pudesse se casar com ela e amá-la desfazendo a então, terrível maldição. 


Cansada de fazer entrevistas para tentar achar o homem que pudesse quebrar o feitiço, ela decide fugir para a cidade em busca de sua liberdade. Visita lugares que nunca havia visto (apenas pela sua TV), tem experiências incríveis e o mais importante, conhece pessoas que realmente gostam dela. 



A história parece previsível (só parece tá) e é chamada de contos de fadas moderno, justamente por se passar no nosso tempo mas, acaba tendo um desfecho surpreendente. 

O livro é sensacional, realmente apaixonante e aborda temas como: aceitação, ser você mesma e sobre até onde pode ir a vaidade do ser humano. Assisti primeiro ao filme para então ler o livro e também o recomendo. Tem a Christina Ricci como Penelope, o James Mcvoy como um cara super importante na história e a Reese Whiterspoon sendo engraçada e amiga desde o começo da sua aparição (Ps: Ela mesma leu a história para as filhas, se Reese recomenda, não pode ser pouca coisa né) 



Descobri Penelope lendo o blog da Melina Souza e desde esse dia estava louca para ler a história da menina com cara de porco. Só que não tinham só esses livros na minha lista então sempre deixei pra lá (não façam isso, leiam). Até porque a minha lista ainda não é de verdade, ela está só na minha cabeça. Outra coisa que tenho que mudar esse ano: SER ORGANIZADA!

Li a versão da Editora Record em PDF no celular e acho que já está na hora de comprar a versão física (e um kindle).
É uma história curtinha que dá pra ser lida em dois ou talvez um dia. Divirtam-se. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

...

 
E mais uma vez Helena acorda como se estivesse se sentindo sufocada. Quem era a moça com quem sempre sonhava? 
Todos os dias enquanto adormecia, uma figura encapuzada, com uma armadura de cor negra aparecia em seus sonhos, escondida entre árvores da floresta. Logo em seguida, surgia um homem. Antes que pudesse ver o seu rosto, a moça o esfaqueava, sempre, do mesmo jeito. O que se sabia dela era que a moça de armadura tinha os cabelos vermelhos como os de Helena e como, um dia, sua mãe também teve. Essa na verdade, era a única lembrança que tinha dela. 
Desde pequena, ela vinha sendo criada por um tio que sempre contava histórias de sua infância e de como sua mãe era gentil com todos os que viviam ali e de sua beleza estonteante. - Todos sonhavam em se casar com ela. - Dizia ele. O único problema era que ele nunca falava sobre o seu pai e, sempre que o questionava, ele desviava o assunto para outra conversa. No vilarejo em que moravam ...

domingo, 8 de janeiro de 2017

365 dias sem comprar

2017, ano novo. E como todo ano, tem sempre aquelas metas que fazemos na esperança de ser alguém melhor ou acabar com um hábito ruim que insistimos em ter, no meu caso: COMPRAR
O pior, muitas vezes é sem necessidade, apenas por impulso porque na minha cabeça eu PRECISO daquela peça, ou porque talvez "ela nunca mais entre em promoção". Foi aí que eu parei e refleti sobre o que eu estou fazendo com o meu dinheiro. 



Eu realmente preciso dessas coisas? Essas roupas vem de um lugar que produz um comércio sustentável? Vou ajudar alguém comprando? A resposta para todas essas perguntas é: NÃO!
Na verdade, somos todos iludidos com a ideia de que ter aquelas coisas nos traz algum tipo de status, eu particularmente não consegui identificar com quem ainda mas, somos convencidos diariamente que precisamos ter certas coisas que só nos traz felicidade no ato da compra.
Quando estamos em um shopping vemos todas aquelas pessoas arrumadas, totalmente fora de sua realidade habitual. Uns tentando sobrepor outros e aí vemos uma loja, com aquele clima agradável, uma música de fundo e a possibilidade de dividir em várias vezes. 


Ficamos felizes afinal, não precisamos de dinheiro! Temos o cartão mágico que te deixa sair da loja com todas aquelas peças maravilhosas que você acha que precisa por uma parcela mínima. Você só esquece que precisa pagar a mesma parcela pelos próximos dez meses. Esquece também que você já dividiu outras coisas em parcelas mínimas e quando vê, o cartão já está estourado e aquele controle que você disse que tinha sobre a sua vida parece que escapa pelas mãos. Naquele momento, aquelas peças não parecem mais tão atraentes assim. 


Tendo tido algumas experiências, mesmo que não tão endividadoras assim, resolvi me policiar durante este ano. 
Decidi não comprar roupas durante os 365 dias de 2017, a não ser que seja estritamente necessário. Vou tentar praticar o consumo consciente e vamos ver se consigo estender para outras áreas da minha vida. 
Ao longo do ano vou escrever como está sendo essa experiência e vejo como vai ficar meu rendimento financeiro. 

Desafio lançado: 365 dias sem comprar roupas.