quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Eu existo!



Desde que eu me entendo por gente, ou boa parte da minha vida, eu venho tentado seguir as regras, ser mais para os outros do que para mim. Porque eu, como acho que muita gente por aqui, acreditava que se assim não fizesse, seria egoísmo. 
Acontece que, quando deixamos de viver pra gente para viver para os outros, acabamos perdendo a nossa identidade, nossa individualidade e é aí que a gente para e se pergunta: "Quem eu sou?" "O que eu estou fazendo?" "Porque eu ainda estou aqui?".

Depois de me fazer essas perguntas por umas 32416516465234 vezes eu resolvi que não adianta eu viver infeliz fazendo coisas das quais eu não gosto só para deixar outra pessoa feliz. Não adianta eu tentar me controlar e deixar de fazer as coisas que eu sinto vontade porque não condiz com o que o resto da sociedade acha certo. 
Dessa vez, a minha vontade vai ficar em primeiro lugar. Dessa vez, eu vou pensar em mim primeiro, fazendo o que eu quero, quando eu quero e sem me importar com a opinião do resto do mundo. 

Vou tentar ser feliz porque, não é por isso que estamos aqui? 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Policiando: eu te amo


Quando somos pequenos, somos ensinados a amar o próximo, gostar, dividir e demonstrar o afeto que sentimos. Costumamos dizer eu te amo para os nossos pais e irmãos e isso é a coisa mais natural do mundo.
Mas então crescemos e ao termos as nossas primeiras decepções, acabamos nos distanciando disso. Porque agora aprendemos que ao deixar o outro saber dos nossos sentimentos, nós damos liberdade para o outro nos magoar, nos machucar. 
Então passamos a nos esconder, nos controlar e nos policiar o tempo inteiro. 
Achamos que ficamos mais vulneráveis quando demonstramos nosso gostar, mas isso não deveria ser assim. Nós não deveríamos deixar isso nos afetar. 
Com o tempo, vamos nos tornando pessoas amargas e que, para não sofrer, fazemos coisas inimagináveis como ser rudes, ignorantes. Nosso lema acaba sendo: magoar para não ser magoado, machucar para não ser machucado. 

Eu percebi que acabei me tornando uma dessas pessoas, quando minha irmã se aproximou de mim, disse que me amava três vezes seguidas e aquilo me irritou.
Mas como poderia me irritar? Porque? Ela só estava demonstrando o que sentia. 
Acho que por causa de algumas coisas que aconteceram na minha infância eu acabei ficando assim. Sem me importar muito com esse tipo de coisa, com carinho, com afeto, com amor. 

E mesmo considerando o amor uma das coisas mais importantes da minha vida, mesmo acreditando com todas as forças que isso existe, ainda estou aqui me irritando com demonstrações de carinho de alguém que, eu sei que me ama de verdade. 

Então, que tal mudar? Não se importar com essas coisas? Ficar se policiando e se segurando para não dizer o quanto gostamos da pessoa, o quanto nos importamos com ela, só aumenta a nossa angústia e as nossas incertezas. 

Vamos entender que amor não é obrigação. E daí que isso assusta algumas pessoas? Isso não deveria ser natural? Amor não deveria ser visto como algo que acontece o tempo inteiro? 

Amem e deixem ser amados porque essa é a melhor coisa do mundo.