segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Policiando: eu te amo


Quando somos pequenos, somos ensinados a amar o próximo, gostar, dividir e demonstrar o afeto que sentimos. Costumamos dizer eu te amo para os nossos pais e irmãos e isso é a coisa mais natural do mundo.
Mas então crescemos e ao termos as nossas primeiras decepções, acabamos nos distanciando disso. Porque agora aprendemos que ao deixar o outro saber dos nossos sentimentos, nós damos liberdade para o outro nos magoar, nos machucar. 
Então passamos a nos esconder, nos controlar e nos policiar o tempo inteiro. 
Achamos que ficamos mais vulneráveis quando demonstramos nosso gostar, mas isso não deveria ser assim. Nós não deveríamos deixar isso nos afetar. 
Com o tempo, vamos nos tornando pessoas amargas e que, para não sofrer, fazemos coisas inimagináveis como ser rudes, ignorantes. Nosso lema acaba sendo: magoar para não ser magoado, machucar para não ser machucado. 

Eu percebi que acabei me tornando uma dessas pessoas, quando minha irmã se aproximou de mim, disse que me amava três vezes seguidas e aquilo me irritou.
Mas como poderia me irritar? Porque? Ela só estava demonstrando o que sentia. 
Acho que por causa de algumas coisas que aconteceram na minha infância eu acabei ficando assim. Sem me importar muito com esse tipo de coisa, com carinho, com afeto, com amor. 

E mesmo considerando o amor uma das coisas mais importantes da minha vida, mesmo acreditando com todas as forças que isso existe, ainda estou aqui me irritando com demonstrações de carinho de alguém que, eu sei que me ama de verdade. 

Então, que tal mudar? Não se importar com essas coisas? Ficar se policiando e se segurando para não dizer o quanto gostamos da pessoa, o quanto nos importamos com ela, só aumenta a nossa angústia e as nossas incertezas. 

Vamos entender que amor não é obrigação. E daí que isso assusta algumas pessoas? Isso não deveria ser natural? Amor não deveria ser visto como algo que acontece o tempo inteiro? 

Amem e deixem ser amados porque essa é a melhor coisa do mundo. 

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