sexta-feira, 31 de julho de 2015

Ei saudade



Ei saudade, 
Senta aqui e vem bater um papo comigo. To sentindo tua falta. Lembra de quando conversávamos por horas e você me fazia rir das loucuras que eu fiz?
Por exemplo, você não consegue nunca esquecer que eu caí de skate milhares de vezes com a bunda no chão, também me lembra de quando li pela primeira vez. Sempre me lembra de amores antigos e de todas as pessoas que passaram pela minha vida. 
Você com certeza deve se lembrar dos beijos que eu dei e dos corpos que abracei. 
Se lembra de todos os detalhes da minha vida. Dos bons e dos ruins. De todos aqueles que fazem parte de quem eu sou hoje. Tudo que me construiu. 
Mas eu quero mais, sabia saudade? Quero mais de ti. Contigo eu vivi tanta coisa, você é um sentimento tão verdadeiro, tão gostoso, é único. 
Que bom que te tenho, que você ainda habita em mim.
Sinal de que estou viva. 


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E no meio da madrugada, ela não deveria mais estar pensando nisso. Não devia querer caminhar descalça com o pé direito cortado. Ainda se lembra de pisar em um caco de uma garrafa qualquer que alguém havia consumido e quebrado perto da calçada a algumas horas atrás. Mas lá estava ela acendendo o último cigarro do seu maço enquanto chegava perto da esquina da qual ele morava. Mancando e deixando marcas de sangue pela rua, ela finalmente vê a casa.
A luz do quarto está ligada, indicando que provavelmente ele deve estar desenhando, como de costume. E ela sabe disso porque, era uma das coisas que ela mais gostava nele.
Dá três batidas na porta e espera. Os cinco minutos que se sucederam, para ela, se equipararam a horas.
Então, finalmente ele abre a porta e sorri ao vê-la vestindo sua jaqueta, a mesma que ele emprestou quando saíram pela primeira vez e que ela nunca devolveu.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Pra ensinar direitinho



Vi um vídeo da marca Always recentemente e ele fala sobre como é ser menina e sobre a pressão que vivemos por isso. É um assunto tão delicado e tão complexo ao mesmo tempo. É um pouco difícil falar sobre isso porque me fazem lembrar de  coisas que ninguém sabe, coisas que eu queria esquecer. Mas que precisa ser discutido diariamente. É certo dizermos como alguém tem que agir ou ser? 

Lembro de ser menor, talvez tivesse uns 9, 10 anos e lembro de treinar constantemente. Pra ser mais forte, mais esperta, me desafiava como pessoa, como mulher (pessoa do sexo feminino pra ser mais exata) por conta dessas coisas que aconteceram.

Não sei como mas me perdi no meio disso tudo, parei de querer fazer coisas diferentes, desafiadoras porque, segundo os outros eu era menina e não podia. Não podia correr, não podia brincar com brinquedos que eram fabricados apenas meninos, eu não podia fazer várias coisas. 
Não que meus pais tenham me impedido de fazer algo, de forma alguma, tenho sorte em tê-los comigo. Tudo que eles fizeram até hoje foi me proteger, tentaram me criar da melhor maneira possível pra ser alguém melhor, alguém com algum tipo de conteúdo que podia ser compartilhado com outras pessoas, em momento algum eles me limitaram. A gostar de esportes e a gostar de jogar videogame, a ler e a estudar, ser quem eu quisesse.

São pequenas as coisas que fazem a gente mudar de ideia. Pequenos discursos que, de certa forma impõem que, por ser menina, você não pode e nem deve tentar fazer algo diferente, porque você é criada para viver nessa sociedade, sendo assim tem que seguir o padrão de menina comportada, boa, alegre e feliz, pronta para casar com o primeiro namorado que você tiver. Até me vi reproduzindo esses discursos várias vezes. 
Juro que acreditei nisso, juro que mudei toda a minha forma de ver a vida para agradar os outros, em função de ser igual. E pra quê? Porque eu queria isso de uma forma desesperadora assim? Pra provar o que pra quem? Isso nem eu sei responder. Parei de fazer tudo que eu queria, tudo que eu gostava, parei de tentar várias coisas por conta dos outros.

Isso não faz bem pra ninguém. Tomei tantas decisões que poderiam ter sido evitadas com pequenos gestos de não desistência das minhas vontades. Tantas coisas aconteceram que infringiram tantas outras partes do meu ser que eu não conseguiria enumerar. Eu simplesmente cansei disso, cansei de fingir algumas coisas, cansei de não fazer outras. Eu ainda tenho um certo controle sobre isso, tento muito não ser "demais", não fazer "demais".
Enfim algumas coisas estão em transição, eu estou em uma fase de me redescobrir e sei que vai ser bom pra mim. Não vou mais me limitar tanto e acredito que devo soltar essa voz aqui de dentro (a começar escrevendo sobre isso). Porque eu não quero que minha filha cresça em um mundo em que ela não pode nada. Quero que a infância dela seja tão mágica quanto a minha, quiçá melhor. 
E então, não estamos limitando demais as nossas meninas? 


De graça, o link para o vídeo: Clica aqui

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Querer dizer


Hoje eu acordei me sentindo mais feliz. Com uma paz no coração que só Deus sabe. Não sei o motivo exato. Não poderia dizer que tem a ver com algo ou com alguém porque eu realmente não sei. 
Sei que é bom, renova, inspira, te dá forças pra continuar nessa coisa gostosa que é viver.
É como o por do sol e o arrepio ao ouvir aquela música com arranjos maravilhosos ou a voz mansa de um amor no pé do ouvido. É como um beijo na nuca ou o abraço da saudade de alguém especial. 
É como o cheiro de livro novo ou do seu perfume preferido. É como aquele sorriso lindo que só a paixão consegue enxergar. Você se sente completamente vivo e gosta.
Não sei dizer ainda quem eu sou ou o que me transborda hoje, só sei que é bom.
 É bom demais. 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Métrica por Colleen Hoover.

Para ajudar a acelerar meu ritmo de leitura (mais uma vez), vou começar a desenvolver metas para poder postar mais aqui. Na verdade vou começar a desenvolver metas para muitas coisas mas isso é assunto pra outro post...
Eu estava andando por aí, indo pra estação do metrô quando vi uma saraiva, (sim, do lado do metrô) que eu nem sabia que existia. Entrei pra dar uma olhada, lembrei que estava com dinheiro e... bem vocês já sabem o que aconteceu. Comprei este aqui, Métrica, que já pela sinopse me deixou com bastante vontade de ler e o primeiro volume dos livros de Resident Evil (tenho uma leve queda por jogos e histórias que envolvem zumbis, depois vocês vão perceber isso). 
E depois de muito procrastinar e sair do emprego temporário em que eu estava e que ocupava uma parte bem grande do meu dia, resolvi começar a lê-lo. 


Métrica de Colleen Hoover. 
299 páginas

O livro começa com Layken, a personagem principal, arrumando as coisas para se mudar. Com a recente morte do pai e sua mãe sem o dinheiro necessário para continuar vivendo na tranquila cidade do Texas, eles tem de se mudar para a cidade de Michigan onde a mãe conseguira um emprego melhor para poder continuar sustentando a família.
O único problema é que Layken, mesmo respeitando a decisão e entendendo a gravidade do problema, odeia ter que se mudar do lugar de onde cresceu por todos esses anos.

Ao chegar em Michigan, eles fazem amizade com dois irmãos que moram na casa da frente, Caulder e Will. Lake não sabia mas Will, o irmão mais velho, logo se interessa por ela. Eles se conhecem e ela começa a se sentir atraída por ele. Eles saem juntos e tudo parece que vai ficar bem, se não fosse o fato de que Will será seu professor na escola em que ela está terminando o ensino médio. Como é estritamente proibido o relacionamento entre alunos e professores, ela se vê perdida em seus sentimentos enquanto luta para descobrir o motivo de will começar a se distanciar tanto dela.



O livro é o primeiro de uma trilogia, ele tem uma linguagem formal que ao mesmo tempo consegue ser para adolescentes e é composto por várias poesias, por isso o nome de "Métrica". A capa é linda e os trechos de músicas que acompanham os capítulos são tão calmos, os The Avett Brothers conseguiram me deixar completamente sem ar com a pegada leve do banjo e suas vozes graves. Abaixo uma das músicas que aparecem no livro:



ps: demorei muuuito tempo para escrever sobre Métrica porque não sabia se realmente iria começar a postar sobre livros. Comecei a escrever sobre ele ano passado pra vocês terem uma ideia. Já estou em um emprego completamente diferente e que me permite finalmente ler mais. Já li 7 livros em quase dois meses que me encontro aqui então finalmente resolvi fazer isso. Logo logo tem mais postagens sobre eles. xoxo